Nos dias 26 e 27 de setembro acontece em Porto Alegre a XXX JACAD (Jornada de Atualização em Cirurgia do Aparelho Digestivo).
Confira a programação do evento no site da SOCIGERS (Sociedade de Cirurgia Geral do Rio Grande do Sul).
A equipe médica da Servidda participará do evento e por isso não fará atendimento nesses dois dias.
Nos países desenvolvidos estima-se que cerca de 20% da população sofre de doenças funcionais gastrointestinais. As mulheres são as mais afectadas.
Alguns dos sintomas mais frequentes são a sensação de barriga inchada e mal-estar. O exercício físico, como exercícios de alongamentos e relaxamento, aliado a uma alimentação saudável, ajudam a promover saúde, incluindo a intestinal, e o bem-estar em geral.
A Sociedade Portuguesa de Endoscopia Digestiva (SPED) aconselha que para além do exercício físico, acrescente à sua dieta alimentar um iogurte com bifidus activo, como forma de regularizar o trânsito intestinal lento.
A SPED deixa algumas dicas:
1. Aumente a frequência e diminua a quantidade
Troque 2-3 refeições grandes por 4-5 mais pequenas, sem aumentar o número de calorias diárias.
2. Regularize o intestino com a ajuda de alimentos ricos em fibras
Consuma 5 porções de frutas e legumes por dia, e prefira os cereais integrais.
3. Consuma peixe 3 a 5 vezes por semana
Rico em Ómega 3 e ácidos gordos, o peixe favorece o bom funcionamento do sistema digestivo.
4. Reduza o consumo de gordura e sinta-se mais leve
Os alimentos ricos em gordura demoram mais tempo a ser digeridos, fazendo com que se sinta mais “pesado”.
5. Consuma um iogurte com bifidus activus
Este é um produto lácteo com fermentos vivos – um alimento probiótico que melhora aspectos do conforto intestinal, como a sensação de barriga inchada e o trânsito intestinal lento”.
6. Prefira as carnes magras
Carne de frango, peru ou coelho, são opções com menor teor de gordura e ajudam a reduzir o desconforto na digestão.
7. Beba 2 litros de água por dia
A água é essencial ao normal funcionamento do organismo. Por outro lado, as bebidas açucaradas, alcoólicas, ou com cafeína podem aumentar a sensibilidade do sistema digestivo. Opte sempre por beber água.
8. Coma devagar, mastigando bem os alimentos
Uma boa mastigação facilita a absorção de nutrientes e evita desconfortos gastrointestinais.
9. Pratique exercício físico regular e evite fumar
A actividade física beneficia os movimentos intestinais, tonifica a zona abdominal e evita a prisão de ventre.
10. Mantenha um peso saudável
Os indivíduos obesos sofrem mais de distúrbios digestivos. Procure controlar o seu peso e evitar grandes oscilações.
Se os sintomas se mantiverem consulte o seu médico.
Fonte: SPED/ iSabe
Quem é fumante, ou conhece um, sabe que assim que a comida do prato acaba, é um cigarro que vai à boca. “Após as refeições, pelo aumento da taxa de açúcar no sangue, todos nós temos uma sensação de moleza. Uma vez que a nicotina, assim como a cafeína, é um estimulante do Sistema Nervoso Central, ajuda a eliminar essa sonolência”, explica a psiquiatra da Associação Brasileira de Estudo do Álcool e outras Drogas (Abead), Analice Gigliotti.
A especialista diz que, depois de ter repetido o ato várias vezes, ficamos condicionados e passamos a não saber mais como fazer uma refeição sem dar uma tragada em seguida. Será, então, que fumar após as refeições torna a digestão mais eficiente?
Além disso, o tabaco altera o paladar e induz a produção de ácido clorídrico e facilita a infecção pelas bactérias Helicobacter pylori, causadores da úlcera gástrica. O cigarro ainda estimula a ida de sais biliares do intestino para o estômago, tornando suco gástrico mais nocivo.
Sendo assim, o aparelho digestivo é um dos afetados por algumas das 50 doenças diferentes que o consumo de derivados de tabaco provoca, de acordo com o Ministério da Saúde. Já a Organização Mundial da Saúde (OMS), considera o tabagismo a principal causa de morte evitável no mundo. São 4,9 milhões de óbitos anuais, ou seja, mais de 10 mil por dia.
Segundo a OMS, cerca de um terço da população mundial adulta, o equivalente a 1,2 bilhão, é fumante. No Brasil, de acordo com a Pesquisa Especial do Tabagismo, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em torno de 24,6 milhões de brasileiros são fumantes e, deste número, 52,1% deseja parar de fumar.
Substituir o hábito de acender um cigarro depois do almoço por outra técnica que desvie a atenção é um bom começo. “Uma boa dica é o fumante levantar imediatamente da mesa e escovar os dentes”, sugere a psiquiatra.
Fonte: Minha Vida
“All Sciences are connected; they lend each other material aid, as parts of one great whole.”
Roger Bacon (1220 – 1292)
A necessidade de se desenvolver um artefato que atingisse o esôfago deve remontar à época do homem primitivo, quando este se tornou carnívoro e apareceram as primeiras obstruções esofágicas por corpo estranho. Desta era chamada pré-endoscópica, os primeiros relatos indicam o desenvolvimento de sondas com o objetivo de empurrar o corpo estranho para o estômago. Com efeito, no século XVI cirurgiões como Fabricius de Aquapendente e Ambroise Paré utilizaram velas de cera, tubos feitos de couro, varetas de salgueiro revestidas com intestino e até penas de cisne.
Estas sondas evoluiram com o tempo, passando da ogiva de chumbo (século XVII) às pinças em formatos curvos ou em guarda-chuva (século XIX). Comum a toda esta era são os relatos de complicações e mortes.
O aparelho utilizado atualmente para estudo do trato gastro-intestinal (o video-endoscópio) é fruto de quase 200 anos de evolução tecnológica.
A história da endoscopia diagnóstica pode ser dividida em 4 períodos :
Historiadores médicos apontam Bozzini (1809) como o primeiro a considerar a possibilidade de um exame endoscópico do esôfago. Utilizando um espelho na garganta, é provável que ele não tenha visto nada além do esfíncter cricofaríngeo.
Vários modelos de fórcipes se sucederam, desenvolvidos por Voltolini (~1860), Semeleder e Stoerk (1866), Bevan e Waldenburg (1868).
Durante a era da endoscopia rígida dois obstáculos logo se apresentaram : o trato gastro-intestinal é escuro e não linear.
A primeira esofagoscopia como a conhecemos hoje, isto é, a passagem de um tubo com iluminação para o esôfago, foi realizada pelo Professor Kussmaul de Freiburg em 1868. Ele utilizou o cistoscópio desenvolvido por Désormeaux em Paris, tendo aumentado o comprimento deste. Os primeiros exames foram realizados em um engulidor de espada, e apesar deste ter tolerado bem o exame o resultado foi frustrante pois a iluminação era muito fraca.
Com a introdução da lâmpada elétrica de Edison (1878) a endoscopia evoluiu rapidamente.
Um dos primeiros instrumentos a incorporar uma iluminação distal foi desenvolvido por Mikulicz ainda no século XIX. Os primeiros 30 anos do século XX foram marcados por aprimoramentos na forma do tubo, na articulação das lentes e na iluminação.
A endoscopia semi-flexível evoluiu com o trabalho conjunto de Georg Wolf (um fabricante de instrumentos de Berlin) e Rudolph Schindler, apresentado em 1932. O endoscópio podia ser parcialmente flexionado na introdução, mas uma vez no estômago precisava ser retificado para acomodar as 50 ou mais lentes empregadas. Sua iluminação era fornecida por uma lâmpada de tungstênio alojada na extremidade distal do aparelho, sendo que a maior parte da energia luminosa era perdida ao percorrer suas diversas lentes. Esforços para aumentar o rendimento luminoso da lâmpada levaram à uma maior produção de calor e consequentemente a queimaduras gástricas. O aparelho requeria um bom treino para seu manuseio, assim como um bom assistente e uma anatomia favorável. Mesmo assim o estudo da mucosa gástrica era restrito (áreas cegas), o duodeno não era atingido, a documentação fotográfica não era possível, e a realização de biópsias só foi implementada em uma modificação posterior.
A fibroscopia óptica foi apresentada por dois artigos da Revista Nature de Janeiro de 1954. A partir destes trabalhos de Hopkins e Van Heel, o Professor Basil Hirschowitz (juntamente com Curtiss e Peters) da Universidade de Michigan iniciou o desenvolvimento do gastrofibroscópio. Em 1957 estava pronto um protótipo, o qual foi utilizado pelo Dr. Hirschowitz para estudar seu próprio estômago. Pouco depois realizou o primeiro exame em um paciente, sendo o aparelho descrito ainda em 1957 em um artigo da University of Michigan Medical Bulletin. O projeto foi aprimorado e comercialmente implantado pela American Cystoscope Makers, Inc. (ACMI, New York), sendo que o primeiro aparelho foi lançado no outono de 1960. O primeiro trabalho reportando o uso clínico deste novo e revolucionário endoscópio saiu na Revista Lancet de Agosto de 1963.
Era um instrumento muito diferente daquele que hoje dispõem milhares de serviços de endoscopia digestiva pelo mundo. Inúmeros aperfeiçoamentos foram somados ao longo dos anos, muitos deles pela indústria japonesa (Olympus®, Machida®, Pentax®, Fujinon®), que hoje domina este mercado praticamente sozinha. Neste contexto, o ano de 1970 é tido como um marco da fibroscopia moderna. Foi o ano do lançamento do modelo Olympus® EF tipo B – longo o bastante para atingir o duodeno e com dois comandos para movimentar a extremidade flexível, o que possibilitou pela primeira vez a realização de biópsias dirigidas.
A endoscopia eletrônica nasceu nos Laboratórios Bell da AT&T, onde em 1969 Boyle e Smith inventaram o CCD (charge-coupled semiconductor device). Somente 10 anos após engenheiros da Welch Allyn conceberam o primeiro endoscópio eletrônico. Este aparelho foi apresentado à comunidade médica mundial em 1986, durante o Congresso Asiático Pacífico de Endoscopia. Entretanto sua aceitação não foi unânime pois era muito calibroso e de difícil manejo. Logo após a empresa Olympus® apresentou um video-endoscópio mais fino e de fácil manejo, e o novo equipamento passou a substituir os fibroscópios em todo o mundo.
Estes aparelhos apresentam luzes sensitivas eletrônicas, têm aproximadamente 32.000 unidades de luzes sensitivas que transmitem um sinal eletrônico para um processador de vídeo e o direcionam para um monitor de TV (com cerca de 500.000 pontos de imagem).
Dentre as vantagens do video-endoscópio podemos citar : melhor imagem, facilidade de documentação (vídeo e fotos), melhor postura do endoscopista com menor risco de contaminação por secreções, maior facilidade para o ensino em grupo.
A história da endoscopia nos ensina duas lições : a primeira que os avanços resultam da colaboração entre médicos e técnicos. E a segunda que estes avanços tecnológicos geralmente ocorrem pela incorporação de inovações de áreas não relacionadas à medicina.
Bibliografia:
Fábio Guerrazzi (jun/2000)
Fonte: GastroCentro
Doença inflamatória séria da mucosa gástrica, a gastrite não é apenas um desconforto estomacal, como pensam muitas pessoas. Considerada aguda quando aparece de repente e evolui devido uma causa específica ou crônica, quando pode não apresentar os sintomas e depende de exames específicos para ser diagnosticada, a doença pode estar ainda associada à infecção pela bactéria H. pylori, a mesma responsável pelas úlceras.
O refluxo da bile do duodeno, tubo de aproximadamente três centímetros diâmetro e 25 de comprimento que liga estômago e intestino delgado para o estômago também pode originar a inflamação. Principal meio para detectar a gastrite, a endoscopia possibilita ver o estado da mucosa junto à análise microscópica de fragmentos do tecido retirados durante o exame.
Fonte: SOBED – Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva
O “Helicobacter Foundation” foi fundada pelo professor Barry J. Marshall no início de 1994, e é dedicado a fornecer-lhe as informações mais recentes sobre o Helicobacter pylori , perspectivas de seu diagnóstico, tratamento e clínica.